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Selva sem Leoa: o dia em que Amanda Nunes quase desistiu do MMA

Brasileira foi trabalhar em loja, mas amiga insistiu para ela acreditar no seu talento

A brasileira Amanda Nunes conquistou o cinturão feminino dos galos ao finalizar Miesha Tate no UFC 200, em junho de 2016, e depois fez história ao nocautear Ronda Rousey, uma das maiores lutadoras de todos os tempos, com 47 golpes em 48 segundos, no UFC 207, em dezembro de 2016. Ela volta ao octógono neste sábado, no Canadá, para lutar contra Valentina Shevchenko no UFC 215, com transmissão ao vivo do Canal Combate a partir de 19:15. 
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Mas a história poderia ser - e quase foi - diferente para a brasileira. Quando ainda morava em Salvador e já tinha lutas profissionais no currículo, Amanda precisou sair do mundo das lutas e começou a trabalhar em uma loja para ganhar dinheiro e sustentar a família. Aos 19 anos, ela viveu a realidade que muitos atletas vivem e não teve seu sonho interrompido por causa de uma amiga que apareceu para fazer compras no local.

“Eu já tinha lutado com as melhores meninas do Brasil, mas não aparecia mais oportunidade de luta. O dinheiro foi acabando e eu tive que ir trabalhar no shopping. Até hoje tenho contato com o dono da loja, a gente sempre conversa”, disse Amanda, que contou com a sorte para voltar aos tatames.

“Uma amiga apareceu na loja, ficamos conversando, ela disse que eu não podia abandonar as lutas, que precisava acreditar no meu talento. Eu acreditava em mim, mas não existiam mais eventos para lutar. Aí ela me deu dinheiro para o transporte e a chance de ajudar nas aulas de judô. Ela me deu força para continuar, eu lembro muito disso”.


A amiga que fez Amanda Nunes voltar a acreditar no seu sonho se chama Elisângela e a academia que as duas davam aulas de judô fica em Porto Barra, em Salvador. Quando Elis, como Amanda costuma chamar, não podia ministrar as aulas, a atual campeã entrava em cena para garantir um dinheiro no final do mês.

Nessa mesma época, Amanda Nunes conversou com os seus treinadores e tomou uma das decisões mais difíceis da sua carreira, ir morar na academia. Assim ela conseguia economizar dinheiro, se alimentava melhor e ficava totalmente concentrada apenas em dar aulas e treinar.

Os anos se passaram e o que aconteceu com a campeã Amanda Nunes virou história. Ela lembra de todos os detalhes dessa fase, mas também imagina como seria a vida se a amiga Elisângela não tivesse ido na loja – e se ela não acreditasse no seu talento para arriscar mais uma vez.

“Eu estaria trabalhando normalmente, fazendo uns treininhos, nada sério, mais para manter a forma física. Seria outra vida, com certeza estaria morando na Paraíba, com minha família e um curto de vida mais baixo”.